Pergunte ao pó, o filme

Hoje assistimos “Pergunte ao pó” (filme baseado no livro homônimo, de autoria do escritor americano John Fante), depois de muito esperar o dono da locadora colocar o DVD nas suas prateleiras. O filme é bom, mas quem não leu o livro pode ficar um pouco confuso em certas passagens. Não que o roteiro seja ruim, muito pelo contrário. É justamente pelo fato de o roteirista e diretor do filme, Robert Towne, ter sido bastante fiel ao livro – a única mudança drástica foi o final.

Se não me engano, outra mudança foi o romance que Bandini escreve. No filme, ele escreve “O caminho de Los Angeles”, que é outro livro de Fante, também protagonizado por Arturo Bandini. No livro, ele escreve um romance baseado na vida de Vera Rivkin, a mulher que o procura em uma determinada noite (no filme; no livro, se não me engano, ele a conhece quando vai procurar uma prostituta, para perder a virgindade).

Ah, só agora me toquei: estou falando como se você conhecesse “Pergunte ao pó”. Perdão.

Pergunte ao pó” é o nome de um dos livros mais importantes da literatura americana do século XX, e foi escrito por John Fante. Se não me falha a memória, Fante escreveu 4 livros protagonizados por Arturo Bandini. Entre outros livros.

Arturo Bandini é o alter-ego de John Fante. Descendente de italianos, Bandini é um aspirante a escritor que vai tentar a vida em Los Angeles. Com pouco dinheiro, Bandini passa os dias enganando a fome e o vício do cigarro com laranjas que consegue com um “japa” e tocos (bitucas?) de cigarro que encontra em seu cinzeiro.

Um belo dia ele conhece Camilla Lopez, garçonete de um restaurante, e inicia com ela uma relação instável, de insultos e elogios, sendo os primeiros em bem maior quantidade. Ambos têm em comum o desprezo que os americanos têm pelos seus sobrenomes “latinos” (entre aspas por causa de Bandini, que não sei se posso chamar de latino, mas vocês entenderam, espero eu).

A relação não vai pra frente, e Bandini conhece Vera. Mas só tem tempo de fazê-la feliz, como ele mesmo diz, e pouco depois ela morre.

Depois disso, Bandini e Camilla se reencontram. Paralela a essa história de amor, há a história do aspirante a escritor, que luta contra a dificuldade de se ter uma boa idéia para desenvolver algo realmente grande, de valor. O conselheiro literário de Bandini é ninguém mais, ninguém menos, que H.L. Mencken, editor de uma revista que publica dois contos seus.

É um belo filme, mas, como disse no início, é bem melhor para quem já leu o livro.

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