Os (meus) livros de 2011 2/2

Agora vamos aos livros de autores nacionais.

– “Boa ventura!”, de Lucas Figueiredo (ed. Record): do jornalista mineiro Lucas Figueiredo eu já havia lido “Olho por olho”, que conta a história de dois dos mais importantes livros originados por causa da ditadura brasileira: “Brasil: nunca mais”, escrito pelos que combatiam o regime, e “Orvil”, organizado pelos militares. A exemplo de “Olho por olho”, “Boa ventura!” é o tipo de livro que você começa a ler e não consegue parar. Lucas escreve sobre a corrida do ouro no Brasil, entre 1697 e 1810. É uma interessantíssima obra de História, além de ter o bônus da escrita talentosíssima de Figueiredo.

– “Esse inferno vai acabar” e “Nós passaremos em branco”, de Humberto Werneck e Luís Henrique Pellanda, respectivamente (ed. Arquipélago): esses dois livros de crônicas, de dois escritores de primeira classe, além de estarem aqui por suas qualidades, representam também o belíssimo trabalho que vem sendo feito pela editora gaúcha Arquipélago. Que, se não publica muitos títulos, vem se especializando em colocar no mercado obras de grande relevância, de escritores de enorme talento. Sobre os livros de Werneck e Pellanda: são duas amostras do melhor da crônica brasileira contemporânea. Textos inteligentes e simples, alguns bem-humorados, outros mais sérios, sempre com boas histórias.

– “O Rio é tão longe” e “Bom dia para nascer”, de Otto Lara Resende (ed. Companhia das Letras): o primeiro reúne cartas que o jornalista e escritor mineiro enviou para seu amigo também jornalista e escritor mineiro Fernando Sabino. O segundo é uma nova edição da obra publicada em 1993, com o acréscimo de 74 textos inéditos em livro, selecionados pelo Humberto Werneck citado acima (também escritor e jornalista mineiro, sô!). Para eles, apenas uma palavra: imperdíveis.

– “O espetáculo mais triste da Terra”, de Mauro Ventura (ed. Companhia das Letras): outro livro imperdível. O jornalista Mauro Ventura se dedicou por dois anos a escrever a história da maior tragédia circense que se tem notícia: o incêndio que atingiu o Gran Circo Norte Americano, em 1961, quando a trupe se apresentava na então capital do Rio de Janeiro, Niterói. Apesar do nome, o circo era brasileiro, apesar de contar com artistas de outras nacionalidades. Mais um livro que, depois de iniciado, é quase impossível parar de ler. Prato cheio para quem gosta de grandes reportagens e boas histórias – apesar de esta ser bem triste.

– “O escritor premiado e outros contos”, de Rafael Rodrigues (ed. Multifoco): eu não poderia deixar de mencionar o meu livro, afinal, ele é um dos acontecimentos mais importantes de minha vida. Se os contos reunidos no volume não podem ser chamados de “alta literatura”, ao menos não fazem feio se comparados ao que vem sendo publicado por novos autores brasileiros. São contos curtos e que em sua maioria tem como temas relações amorosas e familiares, e a repercussão, ao menos entre algumas pessoas que já leram e comentaram comigo, vem sendo bastante positiva.

***

Ficaram de fora da seleção, por terem chegado às minhas mãos na última da última hora, os seguintes livros: “A geração superficial – O que a internet está fazendo com os nossos cérebros“, de Nicholas Carr (ed. Agir); “Ho-ba-la-lá – À procura de João Gilberto“, de Marc Fischer (ed. Companhia das Letras); “Crônica de um vendedor de sangue“, de Yu Hua (ed. Companhia das Letras), “A felicidade é fácil“, de Edney Silvestre (ed. Record); e “Vento sul“, de Vilma Arêas (ed. Companhia das Letras), os quais ou não tive tempo sequer para ler algumas páginas ou li muito poucas. Mas acho que valem pelo menos uma olhada na livraria.

This entry was posted in Literatura. Bookmark the permalink. Post a comment or leave a trackback: Trackback URL.

Post a Comment

Your email is never published nor shared. Required fields are marked *

You may use these HTML tags and attributes <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*
*