Os livros e o Acordo

O novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa é uma bobagem só. Pouca coisa mudou, e pouca coisa realmente relevante. Quem não assimilar as mudanças corre o sério risco de passar despercebido, tão pequenas foram as alterações.

Exemplo: “ideia” não tem mais acento. O indivíduo escreve lá, no texto dele, “idéia”, com acento. Ele pode ser um aluno do 2º ano do ensino médio, ou do 3º ano da faculdade, ou pode ser um jornalista, enfim, pode ser o que for, ele sempre terá a desculpa do “ah, foi um lapso”. Nenhum professor vai tirar ponto dele e revisores e editores existem justamente para cortar acentos indevidos, além de outras coisas.

Então, quando algumas pessoas deixavam de comprar gramáticas ainda não atualizadas com o Acordo, dizendo que iriam esperar chegar a atualizada, eu tentava – em vão – convencê-las de que poderiam comprar a gramática “antiga” e, como complemento, um manual sobre o Acordo – além de um dicionário, que certamente teriam de comprar. (Isso quando eu estava trabalhando na livraria, entre dezembro/08 e janeiro/09.)

Lendo ontem este artigo no site da Bravo!, fiquei pensando em como as pessoas ainda fazem essa celeuma toda por conta do Acordo. Particularmente, acho as mudanças ridículas, sem sentido e que em nada contribuem para o aprimoramento da nossa língua. Sem contar que certas alterações só complicaram mais ainda a vida de quem lida com texto todos os dias. O hífen, por exemplo, que palhaçada fizeram com o hífen entre palavras.

Mas enfim. O texto da Bravo! fala sobre o futuro dos livros pós-Acordo (não lembro se com ou sem hífen). Que eles podem se tornar obsoletos (no que se refere à grafia) etc. etc. etc. Mas isso, para mim, é conversa pra boi dormir. Afinal, não lemos tanta coisa em português arcaico? Com formas antigas e tudo o mais? Além do que, essa preocupação com os livros que não serão adaptados ao Acordo só teria razão se os futuros jovens ou as criancinhas de hoje fossem lê-los. Mas eles não vão. Eles vão é ficar no MSN conversando AXIM e falando “vc”, “tpw”, “vlw” e afins.

Quem lê, quem sempre está em contato com os livros, sabe o que alterou – ou ao menos tem uma noção. Então, deixemos essa discussão pra lá. Que tal tentar descobrir – ou, quem já sabe, revelar – as verdadeiras razões deste Acordo que é uma verdadeira enganação?

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