O curioso caso da José Olympio

(Quando vocês enjoarem desse início de título vocês me falam.)

Nos últimos tempos tenho me aproximado mais do velho Fitzgerald. E não foi por causa de “O curioso caso de Benjamin Button“. Foi porque, começando a ler “Suave é a noite”, percebi que tenho muito a aprender com ele. Tanto em questões estilísticas quanto em questões criativas. Mas, enfim, isso é coisa minha, ninguém tem nada a ver com isso.

A questão é que resolvi comprar a nova edição de “Seis contos da era do jazz e outras histórias“. Primeiro porque nele está o conto que deu origem ao superestimado filme (tanto que, no Oscar, as 13 indicações que levou resultaram em apenas três estatuetas); segundo porque, claro, é do velho Fitz e eu quero lê-lo bastante nos próximos meses; e terceiro porque, sim, o livro é lindíssimo, azulzão escuro, naquele tamanho maiorzinho etc. Lindo, lindo, lindo.

A edição que tenho ao meu lado é a sétima, e a impressão data de fevereiro de 2009. A capa dele é a que está aí em cima.

Mas, zanzando aqui pela rede, visitando livrarias eletrônicas – só para ter noção de preços e ver se descubro alguma promoção, porque comprar, mesmo, eu não posso -, descobri que a José Olympio, casa que edita o livro, inventou de trocar bem recentemente – imagino que de fevereiro pra cá, vide a data de impressão do meu exemplar – a capa e o título dele. O ISBN é o mesmo, mas o título… Ficou assim: “O curioso caso de Benjamin Button e outras histórias da era do jazz“, e, lá embaixo, com letras menores, a observação: “Publicado anteriormente como Seis contos da Era do Jazz e outras histórias”. A capa você vê aí do lado direito.

A decisão, meramente marqueteira, justifica-se pelo filme e pela eventual procura nas livrarias pela história que lhe deu origem (incluvise porque a Ediouro lançou uma versão do conto em HQ, e isso certamente deve ter feito a JO perder uma venda ou outra). Mas não há justificativa que justifique (boa, essa, não?) a alteração de um título do velho Fitz. O original em inglês é “Six tales of the jazz age and other stories”, ou seja, o título em português era a tradução literal, fiel e perfeita do original. Pra quê trocar? Por causa de uns minguados desavisados com déficit de atenção interessados no livro após assistir ao filme? (Porque quem realmente tem interesse pela coisa e uma cabeça não tão vazia, certamente vai conseguir a informação de que o conto do Button está no livro “Seis contos…”; e não precisa ser um Sherlock Holmes para fazer isso.)

Detalhe: a edição que tenho vem com uma – esqueci o nome – espécie de “fita” ou tarja, muito bonita e encorpada (não é daquelas que rasgam fácil), avisando “Inclui o conto que inspirou o filme O curioso caso de Benjamin Button”. Ou seja: a mudança do título do livro foi um exagero.

Mas, enfim, isso é coisa da JO e da Record, ninguém tem nada a ver com isso.

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