Natal Inc.

Mal tenho tido tempo para checar meus e-mails nos últimos dias. Mas, como vocês podem ver abaixo, arrumei um tempinho para postar no blog. Não por achar que o blog estava abandonado ou que sentiriam minha falta, mas sim para anotar a passagem abaixo de um dos contos de Conan Doyle e para avisar a quem passa por aqui sobre o lance lá no Amálgama.

Aliás, essa abstinência blogueira me fez pensar nas razões que me fazem manter este blog e no porquê de eu não ter ainda desistido dele. Em poucas palavras, continuo postando porque é uma maneira de fazer anotações, escrever algumas coisas que servem de base para textos maiores e também para exercitar meu lado narcisista.

Mas não vim falar sobre isso, e sim dizer que o Natal, pra mim, há muito deixou de representar aquela data em que a família se reunia para celebrar o nascimento de Cristo e orar pela paz entre os homens etc. Desde 2002 só não trabalhei um único fim de ano no shopping, no ano de 2005. Então me acostumei a ver e ter contato, na véspera de Natal, pessoas ignorantes, mal educadas, que nem mesmo em uma data sagrada para os cristãos respeitam o próximo.

Até 2006 eu desejava um “feliz natal” aos clientes que atendia na véspera, não importando o comportamento deles para comigo. Mas em 2007 e neste ano só desejei a que me desejou – e, mesmo assim, da boca pra fora, porque sei que também eles desejavam da boca para fora.

Tanto que não postei nada aqui este ano, e geralmente eu sempre deixo um “feliz natal e bla bla bla”. Preferi passar em branco, quase como em forma de protesto. Claro que a amigos que vi ou tive contato por email nos dias que antecederam o dia 25, ou pessoas que nem mesmo conheço mas que me parecem ser boas pessoas desejei o tal “feliz natal”. E, é bom esclarecer, o desejo foi sincero. Não poderia ser radical a ponto de ignorar pessoas queridas. Infelizmente, não tive contato com uma porção de amigos, mas isso não quer dizer que os tenha ignorado. Só não tive saco e disposição para redigir emails a todos. Eu realmente estou um caco.

A questão é que, novamente para mim, o natal perdeu sua essência e passou a ser uma data meramente capitalista. Soube hoje, um amigo meu que trabalha num hipermercado foi chegar em casa depois das 22:00 do dia 24, quando a família já estava fazendo a oração que antecede a ceia.

Detalhe: do dia 23 para o dia 24 o shopping não fechou. As lojas passaram toda a madrugada abertas. Todas fechariam às 17:00 da véspera de natal, mas, se houvesse uma nova virada, certamente haveriam pessoas que passariam o natal inteiro no shopping, vide a quantidade de pessoas que ainda circulava nos corredores por volta das 18:00.

Na livraria, onde estou trabalhando nos últimos dias, um espírito de porco ficou circulando, de pirraça, até mais ou menos 17:30. Deus me perdoe, mas que o peru da ceia tenha lhe causado uma boa diarréia.

No mais, um feliz 2009 para todos os que passam por aqui, lêem, comentam e não comentam. Só não para aqueles que me enchem o saco e fazem comentários imbecis, como um idiota que recentemente resolveu criticar minha lista de livros a comprar. Pra vocês, um 2009 mediano, valeu? Se melhorarem durante o ano como pessoas, desejo que tenham um excelente 2010. Se não, desejo um 2010 péssimo desde já.

***

Ah, sim, claro. Faltou dizer que minha querida mamãe me presenteou com dois livros que eu havia deixado separados pra mim na livraria. Um foi “Corrupção“, de José Antônio Martins; o outro foi “Suave é a noite”, do bom e velho Fitz. Aliás, comecei a ler o Fitz e, caramba, como ele escreve bem. Já havia lido contos dele, li também o Gatsby que é fantástico (e que, aliás, preciso ter e reler), mas as primeiras páginas de “Suave é a noite” são incríveis. Indispensáveis para quem gosta de literatura e/ou deseja ser um bom escritor. E minha bem-amada me presenteou com o cd dos Hermanos na Fundição Progresso e outra coisa que não sei porque a transportadora ainda não entregou e ela não quer me dizer o que é hehehe

Eu a presenteei, e a todos aqui em casa, com livros, é óbvio.

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