Contrariando os mais otimistas, o candidato Tarcízio Pimenta (DEM) foi eleito prefeito da minha querida Feira de Santana logo no primeiro turno. Os mais otimistas do lado da oposição, claro. Esperávamos todos um segundo turno. Alguns entre o candidato do DEM versus o candidato petista, outro entre o candidato do DEM e o candidato do PMDB, Colbert Martins Filho, de quem falei alguns posts atrás demonstrando meu apoio à sua candidatura.
Eu, que sou mais que otimista, após assistir ao hilário debate com os quatro candidatos na TV (além dos três citados havia um candidato do PSDB, o Professor Almeri), cheguei a pensar num segundo turno entre Colbert Filho e o candidato petista Sérgio Carneiro. Isso porque o candidato Tarcízio Pimenta foi muito mal preparado para o debate. Aliás, me corrijo: foi muito bem preparado: para não responder nada.
Todos os outros três atacaram ferozmente Tarcízio Pimenta. Colbert não atacou tanto, mas Prof. Almeri e Sérgio Carneiro o tempo todo davam lá suas alfinetadas no candidato do DEM. Que não respondeu uma pergunta sequer. Apenas dizia que estava sendo vítima de ataques gratuitos, perguntava à câmera se era “esse o debate que eles queriam, para me atacar?” (isso porque nos outros debates, promovidos por emissoras de rádio, ele não deu as caras) etc. Mas foi engraçado Tarcízio reclamar de ataques. Engraçado, não, ridículo. No rádio, os programas eleitorais do candidato do DEM se referiam a Prof. Almeri, Sérgio Carneiro e Colbert Filho como Frankestein, Sérgio Malandro e Pernalonga. Algo ameno, se formos comparar com certos absurdos de debates e campanhas, mas certamente de muito mau gosto.
Colbert Filho apresentou suas propostas, manteve a serenidade em suas declarações, se exaltou uma ou duas vezes, apenas. Se dependesse do desempenho no debate, certamente seria eleito prefeito. Mas, me perguntei, ao ver o resultado final da eleição: por que isso não aconteceu?
O atual prefeito, José Ronaldo (também do DEM) fez um bom trabalho na cidade. Tanto que está na sua segunda administração seguida e conseguiu eleger um candidato do seu partido para “dar continuidade ao seu trabalho”. Ou seja: as pessoas elegeram o candidato de José Ronaldo, e não Tarcízio Pimenta. Fosse eu o canditato apoiado pelo atual prefeito, venceria também a eleição, sem dúvida alguma.
E isso me leva a concluir que as pessoas continuam votando “por tabela”. Por fulano ser amigo de sicrano, ou filho de sicrano, ou por ser apoiado por Lula, ou pelo partido que está governando a cidade (e governando mal, muitas vezes). Claro que há exceções, e essa eleição mostrou um pouco isso. Mas não vi rupturas que, na minha opinião, seriam necessárias acontecerem.
Não vejo com bons olhos os próximos quatro anos do DEM administrando a cidade. Não tenho bons pressentimentos. Quem quisesse uma prova de que algumas coisas foram deixadas de lado nos últimos anos bastava olhar a situação da escola onde estava votando. Trabalhei na eleição como secretário de uma seção e, no colégio onde trabalhei, as paredes estavam precisando de uma boa pintura, as salas e as cadeiras estavam sujas, algumas cadeiras quebradas, janelas e ventiladores quebrados (um calor enorme e as janelas não abriam!), banheiros sem água – aliás, banheiros sequer sem torneiras! E isso porque é um dos colégios públicos mais bem falados na cidade, que fica ao lado de uma das igrejas de maior movimento, que por sua vez fica ao lado de um colégio particular respeitadíssimo (justamente por conta de a igreja estar do lado e ter a fama de ser um colégio “católico”) e bem perto de dois teatros da cidade, ambos jogados às traças.
Sem falar na situação dos hospitais públicos daqui. Ou seja: já temos dois assuntos importantíssimos, duas pastas que merecem a maior atenção possível, que foram colocadas de lado pelo prefeito José Ronaldo: saúde e educação.
No debate os feirenses ficaram sabendo que Tarcízio Pimenta foi presidente do Fluminese de Feira, time que já foi campeão baiano e que há anos atravessa uma crise aparentemente sem saída. Na gestão de Tarcízio, salários foram atrasados durante meses. Faço coro com o Prof. Almeri e com Sérgio Carneiro que, no debate, perguntaram: “se ele não soube administrar um time de futebol, como vai saber administrar Feira de Santana?”.
Pergunta que Tarcízio não respondeu, mas que começará a ser respondida no início de 2009. E Deus queira que estejamos todos nós, candidatos e eleitores de oposição, errados, e que o novo prefeito de Feira consiga fazer uma boa administração. Mas, por via das dúvidas, uma mensagem de apoio a Colbert Martins Filho: por seu pai, Colbert, não desista. A campanha e o trabalho para 2012 precisam começar agora.