Monteiro Lobato e o rascismo

Este post é só para recomendar a leitura do excelente artigo “Me convençam“, escrito por Alberto Mussa e publicado no jornal Rascunho de dezembro, sobre trechos racistas na obra infantil de Monteiro Lobato.

Concordo com e apoio veementemente Alberto Mussa. Temos o mau costume de repetir, como se fosse verdade, que nosso país não é racista nem preconceituoso. Tivemos, nos últimos meses, provas de que isso não é verdade, vide ataques a homossexuais em São Paulo e comentários contra nordestinos finda a última eleição.

Sou baiano, moro numa cidade do interior da Bahia, sou descendente de uma baiana e um paraibano. Tenho um orgulho inestimável de minha família – composta por negros e descendentes de índios, do lado materno – e abomino qualquer tipo de preconceito ou racismo, por mais que isso esteja na obra de um autor que admiro e respeito profundamente. Quem acha isso uma bobagem ou que preconceito não existe deveria abrir mais os olhos e esticar mais as orelhas, porque demonstrações disso estão por todo o lado.

Para finalizar, aí vai um trecho do texto de Alberto Mussa:

Faz tempo que chegou a hora de acabar com essa condescendência, com esse jeitinho, com essa moleza, com essa coisa morna de achar que discutir racismo no Brasil é bobagem, que vamos acabar virando americanos (como se nos outros aspectos não fosse precisamente esse o desejo da maioria das pessoas), que os negrinhos e negrinhas não vão ficar chateados, não vão se ofender, que eles sabem que todo mundo gosta deles, que essa história de burrice, de feiúra, de inferioridade é mais por força do costume, é só um modo antigo de falar, meio casual, meio acidental, não por querer.

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