Meu pai

* A falta de tempo para escrever algo me força a publicar o texto abaixo. Não sei como defini-lo, apesar de estar marcado na categoria “Conto”. Talvez a definição correta seja “desabafo”. De uma dor que não era minha, mas que com certeza senti.   

  É ESSE? É ESSE O PREÇO QUE SE PAGA? É ESSE O PREÇO QUE VOU PAGAR PELO MEU SUCESSO? É ESSE O PREÇO QUE PAGO POR TER TUDO O QUE TENHO?

 Não compensa. NÃO COMPENSA! Não compensa. Se me fosse dada a escolha, não seria assim, NÃO SERIA!

 ESSA DOR NO MEU PEITO! As lágrimas em meus olhos. O soluço atravessado na garganta. O olhar distante para o céu estrelado, em busca de alguma resposta.

 POR QUÊ? POR QUÊ? Vem, DESCE E ME DIZ! POR QUE VOCÊ NÃO DESCE E ME DIZ?

 Se for pelo sucesso, FODA-SE. Não quero. NÃO QUERO! OUVIU BEM?

 Se for pelo amor, FODA-SE!, também. NÃO QUERO. NÃO PRECISO. ENTENDEU?

 Se for por minha saúde, FODA-SE MAIS AINDA. FO-DA-SE!

 Nada disso o trará de volta. De nada adianta eu estar vivo, bem, sendo cumprimentado por todos e ter alguém do meu lado. Ele se foi, e não posso fazer nada. E nada vai curar essa dor. Nada vai enxugar estas lágrimas. Nada vai me fazer esquecer tudo o que ele representou pra mim.

 Meu pai.
 Meu pai.

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