Mapas no colégio

Hoje, folheando o livro “Laertevisão“, que chegou aqui ontem, Cassia lembrou daqueles mapas que a gente decalcava na escola – “a gente”, no caso, eu, ela e, provavelmente, você que está lendo este post. Acho que em folhas de papel manteiga, não vou lembrar o nome correto agora.

E aí eu perguntei a ela – e também a mim mesmo: por que é que mandavam a gente fazer aquilo? Qual a importância daquele decalcar de mapas em nossas vidas, hoje? Geografia é um assunto importantíssimo, claro, mas pra quê aquele negócio de ficar copiando os mapas? Pra fixar em nossas cabeças que a Bahia fica acima da região Sudeste? Que Roraima, Amapá e Rondônia ficam lá em cima?

É uma pena eu não me lembrar agora, mas recentemente li um artigo ou entrevista de alguém dizendo que – ah, lembrei, foi o André Forastieri, texto indicado pelo Diogo Salles – a escola não nos ensina coisas práticas e importantes, como planejamento financeiro ou relacionamento interpessoal (que é algo que pode e deve ser ensinado, na minha opinião, dentro das aulas de Moral e Cívica, que deveria voltar a ser uma matéria obrigatória até pelo menos a oitava série – ou seja, até a última série antes de se começar o antigo ensino de segundo grau). Em vez disso, a escola nos ensina coisas que, no mais das vezes, só utilizamos para passar num vestibular.

E aí, quando chegamos na faculdade, a coisa se repete: grades curriculares enormes, que muitas vezes poderiam ser enxugadas em no mínimo 1 semestre, quiçá até 1 ano. Um curso de Letras como o que eu faço não tem razão de durar 4 anos. Não há, em momento algum do curso, uma bifurcação para você escolher entre linguística ou literatura. Tentam fazer uma grade equilibrada, mas no fim a literatura sempre sai deficiente. Peguei 4 Teoria da Literatura obrigatórias, e 1 optativa. Mas Língua Portuguesa são 8, sem contar a Metodologia do Ensino de Língua Portuguesa, exclusivamente para ensinar como se ensinar a LP. Já Metodologia para o Ensino de Literatura, não há.

Se fosse um curso de Russo, tudo bem. Aliás, 4 anos seria até pouco, coloca mais 1 aí na conta. Mas Letras Vernáculas?

Bom, melhor eu parar de escrever ou isto aqui vai virar um muro de lamentações.

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Ah, sim: o “Laertevisão” é superdivertido. Não li todo, mas dei uma folheada e ri bastante com algumas tirinhas. Ele é em formato de álbum, capa dura, aquela folha meio de plástico – eu esqueço o nome certo das coisas, às vezes -, é bem legal mesmo.

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