É muito difícil, hoje, eu comprar um livro indicado por alguém. Há alguns anos eu pedia indicações a todo mundo que eu conhecia e sabia que tinha lido muito mais que eu. Marcelo Barbão, Sérgio Rodrigues e Jonas Lopes que o digam. Costumava também anotar todos os títulos de livros e nomes de autores citados pelo mestre Mayrant Gallo, excelente professor e excelente escritor, de quem fui aluno em umas quatro matérias na faculdade e tenho a sorte de tê-lo como amigo. Seguia também muito as dicas do Julio, no Digestivo – e ainda sigo as dicas de todos, na verdade.
A diferença é que já não sou tão chato quanto era antes. Aliás, até sou, mas só com o Barbão. Hoje acompanho sempre as resenhas do Jonas, as dicas do Sérgio, os conselhos do Mayrant e, não só por obrigação, as notas do Julio. São bons referenciais e eles sempre escrevem sobre livros que valem a pena no mínimo folhear para ver se fazem meu gosto.
Os dois parágrafos acima estavam escritos e salvos aqui como rascunho já faz algum tempo. Mas recentemente o David perguntou, num comentário, “e aquele livro que para uma maioria de críticos é horrível e para nós é maravilhoso?… até quando a crítica pode influenciar a nossa leitura?”. Isso me fez lembrar do rascunho e também fez reacender a vontade de fazer a vocês uma das perguntas do David: uma resenha influencia vocês na hora de comprar um livro?
Como disse antes, às vezes compro livros depois de ler resenhas de algumas pessoas. E vocês?
Quanto à primeira pergunta do David… é uma questão pouco mais complicada. Um exemplo perfeito do contrário disso é “Budapeste”, de Chico Buarque. O livro não é bom. Tem gente que gostou e tal, do mesmo jeito que muita gente lê Paulo Coelho e gosta (eu mesmo li “O diário de um mago” e gostei). Mas “Budapeste” é muito irregular. A saída para esse impasse entre crítica boa e livro ruim – e vice-versa – é acompanhar o autor da crítica e tentar entender o gosto literário dele. Se no passado o cara indicou livros que você leu e gostou, vale a pena ficar atento. Agora, se ele geralmente elogia obras das quais você não gostou, não chega a ser o caso de ignorar o indivíduo, mas é sempre bom dar uma olhada, até porque muitas vezes perdemos uma boa dica de leitura por conta de um detalhe.
Mas ainda assim prefiro o “meu” método: navegar a esmo por sites de livrarias e editoras, ir à livraria e olhar os balcões e estantes até eu me deparar com um livro que me desperte o interesse. Daí ler sua orelha, um trecho e decidir se vou comprar ou não. Além de, é claro, ler resenhas por aí.
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