Guerra? Que guerra?

O querido Guilherme Conte, em carta ao embaixador de Israel no Brasil Giora Becher, diz o seguinte:

O que acontece neste momento em Gaza, em Israel e na Cisjordânia não é uma guerra. O governo que o senhor representa está perpetrando um massacre. O senhor defende um torpe e cruel genocídio amparado pela justificativa da “luta legítima contra o terrorismo e o extremismo assassino”. Senhor Becher, algumas de suas palavras — e o cerne de sua argumentação — estão totalmente afinados com o discurso do presidente George W. Bush. Em um mundo sem espaço para inocência, coincidências não existem. Este mesmo discurso busca legitimar mortes, ocupações, guerras, massacres, assassinatos. O senhor fala em terrorismo? Pois o senhor encampa uma forma tão ou mais cruel de terrorismo: o terrorismo de estado.

E Guilherme tem razão. Vejamos a contagem de mortos em notícia publicada na manhã de hoje no G1:

A ofensiva israelense custou a vida de 815 palestinos, dos quais 235 crianças e 93 mulheres e dezenas de outros civis, e deixou mais de 3.350 feridos desde que foi lançada, segundo o balanço mais recente divulgado pelo chefe dos serviços de urgência em Gaza, Mouawiya Hassanein.

Do lado israelense, pelo menos 4 civis morreram atingidos por foguetes lançados pelo Hamas, e 10 militares morreram em combate em Gaza ou vítimas de disparos na fronteira. Ao menos 154 israelenses ficaram feridos, 123 deles sem gravidade.

Os números dizem tudo, certo?

O embaixador da Autoridade Palestina no Brasil, Ibrahim Al Zeben, deu a seguinte declaração, também ao G1:

“Mesmo quem não é militante do Hamas, mesmo quem não tem nada a ver com a guerra. É uma situação desesperadora. A pessoa vê a sua família em perigo, vê a sua família morta, e vai pegar em armas para enfrentar o inimigo. E quem pode julgar? Essas pessoas têm o direito de se defender. As casas delas estão sendo atacadas”.

Quinta-feira, dia 08, o conselho de segurança da ONU aprovou a medida que pede o cessar-fogo na Faixa de Gaza, mas… Israel não se submete à ONU, da mesma forma que os Estados Unidos têm poder de veto e, na votação do cessar-fogo, se absteve, fazendo como Pilatos fez ao lavar suas mãos. Naquela época, Cristo morreu para nos “salvar” (nota-se que de nada adiantou, que Deus me perdoe). Desta vez, palestinos morrem e vão continuar morrendo, mas a troco de quê? A justificativa de Israel, de que é uma ofensiva contra o Hamas, é absurda, sem noção, estapafúrdia.

Mais uma vez, via G1:

O representante palestino na reunião [da Comissão de Direitos Humanos da ONU, que estava reunida em Genebra], Ibrahim Khraishi, acusou os líderes israelenses de iniciar uma guerra para conseguir vantagens eleitorais.

“Desde o início da recente agressão contra a Faixa da Gaza, 14 dias atrás, sem parar e sem piedade ou moralidade, o fluxo de sangue e partes dos corpos de crianças, mulheres e civis palestinos inocentes se transformou, infelizmente, em parte da campanha eleitoral dos líderes israelenses”, disse Khraishi.

Israel desobedece leis internacionais e pode (dane-se o politicamente correto) cometeu/está cometendo um crime de guerra. Chegou a hora de todos tratarmos o “conflito” como massacre, como bem disse Guilherme Conte.

Mais sobre o massacre israelense na palestina, via G1.

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