Graças a um acordo com minha bem-amada, pude comprar alguns livros na Americanas, para começar a pagar só não sei quando – usei um vale-troca dela e tal. Foi um belo negócio, porque eles estão dando 30% de desconto no valor total do pedido, mas só quando você compra três livros deste link. Como não tenho tido tempo para postar aqui, vou reproduzir as sinopeses dos livros disponíveis nos sites das suas respectivas editoras.
“O mundo pós-americano“, de Fareed Zakaria (por que comprei: foi o livro que Barack Obama estava lendo quando eleito presidente dos EUA; mas meu interesse por ele vem de antes um pouco, porque quero ler alguns livros sobre a situação política e social das Américas)
Na primeira frase de O mundo pós-americano, o cientista político e jornalista Fareed Zakaria deixa claro seu tema: “Este livro não é sobre o declínio dos Estados Unidos da América, mas sobre a ascensão de todos os outros países”. Clareza e concisão são algumas das qualidades desta obra, na qual o autor desenvolve a idéia de que os Estados Unidos continuam a ser a superpotência dominante do ponto de vista militar e político, mas que em todas as demais dimensões, como na economia, nas finanças e na cultura, está ocorrendo uma distribuição do poder: estamos entrando num mundo pós-americano.
Os símbolos visíveis dessa nova ordem são vários. Os dois edifícios mais altos do mundo erguem-se em Taipei e Dubai. A maior empresa de capital aberto é chinesa e o maior fundo de investimentos tem sede nos Emirados Árabes Unidos. O maior avião do mundo é fabricado na Rússia e na Ucrânia, a maior refinaria está em construção na Índia e as fábricas mais gigantescas estão todas na China. Os cassinos de Macau faturam mais que os de Las Vegas. A maior indústria cinematográfica não é Hollywood, mas Bollywood, na Índia – e a terceira maior está na Nigéria. Nove dos dez maiores shoppings centers do planeta situam-se fora dos Estados Unidos. Sem esquecer que os chineses superaram de longe os americanos em medalhas de ouro na última olimpíada.
Mais importante do que esses sinais exteriores é a constatação do crescimento econômico do resto do mundo (graças, segundo o autor, à vitória americana na Guerra Fria e à disseminação de seu modelo de política e economia). Zakaria dedica dois longos e importantes capítulos à ascensão da China e da Índia – os dois exemplos máximos desse crescimento -, em que procura fugir da visão belicista neoconservadora e descreve as grandes diferenças existentes entre essas duas futuras superpotências. Sem desconhecer os problemas que advirão da “ascensão do resto”, mas colocando na sua devida dimensão supostas ameaças como o expansionismo chinês ou o terrorismo islâmico, O mundo pós-americano pinta um quadro relativamente otimista do futuro próximo, desde que os Estados Unidos sejam fiéis ao seu destino histórico e aos seus princípios democráticos e liberais. [Leia um trecho do livro no site da editora]
“Ontem não te vi em Babilônia“, de António Lobo Antunes (por que comprei: eu já queria ler Lobo Antunes faz tempo, mas recentemente o jornalista e escritor mineiro Humberto Werneck, que mediou a conversa com Lobo Antunes na Flip, me recomendou veementemente a leitura de um dos livros do autor, só não lembro qual; como “Ontem não te vi em Babilônia” estava na promoção das Americanas, peguei ele)
Numa noite em claro, entre a meia-noite e as cinco da manhã, personagens diversas relatam tudo o que pensam, enquanto a insônia permite. Ouvem-se histórias de vidas sonhadas ou sonhos de vida, contos alegres, tristes, cruéis, com esperança ou desencanto, histórias de medo e de encantar. Ontem não te vi em Babilónia passa-se numa única noite, uma noite em que ninguém dorme, em que diversas vozes se entrelaçam.
Ana Emília não se esquece da morte da filha, um suicídio quando a menina tinha apenas 15 anos. Alice, ex-enfermeira de um hospital de província, casada com um homem calado e truculento, repassa acontecimentos difíceis da infância. E Osvaldo, seu marido, acordado no quarto ao lado, recorda-se inicialmente da mãe, que morreu quando ele ainda era criança, e, com o passar das horas, lembra eventos mais recentes, que ligam intimamente os personagens. No livro, António Lobo Antunes – um dos mais importantes escritores de língua portuguesa – cria um quebra-cabeça fascinante, que aos poucos vai se revelando.
Como observou o escritor angolano José Eduardo Agualusa, “os livros do António não se apresentam, não se pode dizer que o enredo é este ou aquele”. Agualusa destacou ainda, que o grande escritor português “não condescende com as modas do mundo ou da literatura”.
Em entrevista concedida na época do lançamento de Ontem não te vi em Babilónia em Portugal, Lobo Antunes falou sobre seu processo de criação, que considera muito difícil do ponto de vista técnico:
“Eles (os personagens) estão a adormecer, entre a meia-noite e as cinco da manhã. Ao longo do livro vão ficando cada vez com mais sono. E, portanto, os nexos lógicos passam a ser cada vez mais difíceis. A idéia veio… Eu adormeço a ler… A gente vai, desce e sobe, não é? E quando descia lia coisas que não estavam lá no livro e que eram muito melhores. E depois quando acordava não estava lá nada daquilo. E então pensei: ‘Se conseguir um estado próximo deste, escrevo coisas muito melhores’. Como induzir em mim, estando desperto, um estado de vigília. Depois percebi que conseguia se me cansasse. Por isso normalmente as primeiras duas horas são perdidas. Quando começamos a ficar cansados é que as coisas começam a sair. E neste livro tentei levar isso ainda mais longe. Ficar parecido com aquilo que me acontecia quando estava a ler. Ou então aquilo que o narrador de O Coração das Trevas, de Joseph Conrad, diz: ‘Parece que vos estou a contar um sonho…’. Não são romances. Não acontece nada. Não há uma história. Não me interessa nada fazer histórias, cada vez menos. É um bocado isso. Eles (os personagens) sobem e descem… E depois começa a aparecer uma coisa, uns filamentos, umas frases, um esboço de história, que depois eu vou destruir. Sinto-me é cada vez mais seguro, e isso é muito agradável. Porque é óbvio que cada vez estou a escrever melhor.”
Sobre a escolha do título de seu décimo oitavo livro, o autor revelou: “Já tinha acabado o livro e ainda não tinha título. E um dia estava a passear por um texto do poeta cubano Eliseu Diego, dei com a frase escrita há 5 mil anos, num fragmento de argila. Tive essa felicidade”. [Leia um trecho do livro, em PDF, no site da editora]
“Os senhores da guerra“, de Simon Berthon e Joanna Potts (por que comprei: é mais um para a pequena biblioteca sobre guerras que estou montando; vai me servir bastante daqui a alguns meses)
Em OS SENHORES DA GUERRA, Simon Berthon e Joanna Potts recontam a Segunda Guerra Mundial através da vida de quatro grandes líderes: Hitler, Stalin, Churchill e Roosevelt. Enquanto suas nações travavam batalhas com armas, eles lutavam com suas mentes, mudando o curso da história com pensamentos e ações. Os autores do livro partem do princípio de que as decisões pessoais dos quatro também determinaram a eclosão, o curso e as conseqüências da guerra entre 1939-45.
Hitler decidiu sozinho invadir a Polônia; no verão de 1940 no hemisfério norte, foram unicamente suas avaliações que levaram ao confronto com a União Soviética. Stalin fez um pacto com Hitler; foi sua análise psicológica e estratégica que o fez concluir que Hitler não invadiria a União Soviética em 1941, deixando a Alemanha indefesa. Provavelmente teria havido um desdobramento diferente para o verão de 1940 se Halifax, e não Churchill, tivesse se tornado primeiro-ministro britânico naquele funesto 10 de maio. E por mais que Roosevelt tenha se esquivado antes de finalmente ser empurrado à guerra, foi ele quem decidiu que a Alemanha nazista, e não o Japão, era o inimigo número 1; e foi ele quem apostou pessoalmente na generosidade desmedida como maneira de conquistar a colaboração de Stalin na criação de um mundo pós-imperial de paz e nações livres.
Esses quatro homens estiveram à frente das ideologias dominantes do século XX enquanto elas colidiam durante a Segunda Guerra Mundial: totalitarismo de direita e esquerda, democracia liberal, democracia social, colonialismo europeu e imperialismo econômico. Na guerra entre essas ideologias, dezenas de milhões de pessoas lutaram e morreram.
OS SENHORES DA GUERRA é um livro sobre as relações sempre inconstantes de quatro chefes de Estado e suas guerras particulares.