Eu te amo, cara

Gosto de comédias românticas. Na verdade, gosto de comédias de um modo geral. Algumas românticas são bem bobinhas, mas outras são realmente muito boas. “Um lugar chamado Notting Hill”, por exemplo. É um filmaço. Ou “Os queridinhos da América”, que é bem legal. Deixe-me ver outro… Bom, de cabeça agora não lembro, mas tem mais.

Nos últimos tempos não tenho visto mais filmes desse gênero porque as últimas que vi por aí não me atraíram. “A proposta”, com Sandra Bullock, por exemplo, que fez o maior sucesso, não criei coragem ainda para ver. Até porque o par dela no filme, Ryan Reynolds, é quem vai dar vida ao Lanterna Verde no cinema. Aí fico receoso de ir ver o Lanterna e ficar lembrando dele com a Bullock em alguma cena engraçada. Isso me faria rir no meio do filme do grande Lanterna Verde, o maior de todos os super-heróis, e isso não seria nada legal.

Enfim. Semanas atrás vi o trailer de “Eu te amo, cara”, acho que no DVD de “G.I. Joe”, e fiquei interessado em ver o filme. Que chegou na locadora daqui de perto semana retrasada. Com esses dias de carnaval, acabei alugando o filme para assistir, o que aconteceu ontem.

O legal de “Eu te amo, cara” é que é um filme voltado mais para o público masculino. A história é a seguinte: logo no início do filme, Peter Klaven, interpretado por Paul Rudd, pede sua namorada, Zooey (Rashida Jones), em casamento. Em seguida ela liga para suas amigas, para contar a boa notícia – inclusive causando um certo desconforto a Peter: elas não sabem que Zooey está falando do viva-voz, com o noivo ao lado, e começam a falar sobre a primeira vez dos dois e outros detalhes mais íntimos. Mas ele acaba não comentando nada e leva numa boa. Ao chegarem em casa, ela pergunta se ele não vai ligar para nenhum amigo, para contar a notícia. Ele desconversa e diz que pode ligar para seus “amigos” depois. Mas a verdade é que Peter não tem amigos.

As amizades que ele possui são de mulheres. E aí começa um problema: Peter precisará de um amigo para ser seu padrinho de casamento. Ou seja: ele vai ter que fazer amigos, e aí está a graça do filme.

Seu irmão, que é gay, e sua mãe, começam a lhe ajudar, dando dicas de como fazer amizades e arrumando “encontros masculinos” para Peter. O problema é que esses caras não fazem o tipo de Peter: um é um torcedor fanático de futebol, o outro é… gay!, e acaba beijando Peter no fim de um “encontro”. Ele tenta também, sem sucesso, se aproximar do marido de uma das amigas de Zooey – mas acaba vomitando na cara dele.

E então, de forma totalmente espontânea e casual, Peter conhece Sydney (Jason Segel), com quem começa uma boa amizade. Tão boa que, em certo ponto, vai começar a atrapalhar seu relacionamento com Zooey.

Como estamos falando de uma comédia romântica, o final é feliz. Não sem antes Peter e Sydney também “entrarem em crise”. É uma pena não poder comentar com maiores detalhes uma situação do filme, quando Sydney pede uma boa grana emprestada a Peter. Ele empresta o dinheiro, confiando que o amigo devolverá a quantia, mas não comenta com Zooey – além do fato de o empréstimo ocorrer às vésperas do casamento, num momento em que eles precisam, e muito, de dinheiro.

E também não sem antes abordar outros temas caros a todos nós, como a questão da autoconfiança – um problema que Peter tem -, das convenções sociais e das conversas entre mulheres, que, segundo o filme, contam TUDO umas para as outras. Não que isso incomode aos homens, mas… será que contar TUDO, até mesmo as maiores intimidades – vejam, estou falando, mesmo, das MAIORES INTIMIDADES de um casal -, é mesmo necessário?

O resultado é um filme engraçado, divertido, mas também um tanto sério, porque nos faz pensar em nossas vidas, e em nossos amigos. Afinal, todo mundo deve ter um amigo como Sydney, o solteirão boa vida que vê todos os seus antigos “brothers” crescerem, casarem, terem filhos, enquanto ele continua meio que “parado no tempo”, sempre “curtindo a vida adoidado”. Algum dia ele precisará entender que é preciso também seguir em frente, “passar de fase”, digamos assim. Ou não?

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