Devagar as coisas andam (e os livros são vendidos)

O Campeonato Brasileiro de Futebol começou dia 10 de maio. Eu comecei a trabalhar na livraria alguns dias antes, dia 02. Quando o campeonato começou, uma daquelas lâmpadinhas se acendeu em cima de minha cabeça. Estavam lá alguns livros (a maioria daquela coleção da Ediouro) sobre alguns times, e estava lá a vitrine precisando de uma revigorada. Por que não colocá-los lá?

Como era/sou novato, não posso ir fazendo o que me der na telha. Mesmo sendo uma boa idéia. Esperei um pouco, pra ver se os livros não seriam vendidos sem precisar colocá-los na vitrine. Como isso não acontecia, comecei a perguntar às minhas colegas se ninguém comprava aqueles livros. Uma disse que não, outra disse que raramente. Depois disso perguntei a meu chefe se ele permitia que eu colocasse alguns livros na vitrine. Ele disse que tudo bem, era uma boa idéia.

Não são muitos, os livros que temos em estoque, infelizmente. Num dia que o movimento estava fraquíssimo, aproveitei pra fazer o que queria, e coloquei 7 livros em exposição: dois do Corinthians (de autores/editoras diferentes), dois do Botafogo (de autores/editoras diferentes), um do Palmeiras, um do Santos e um do São Paulo. Logo nesse dia, dois clientes entraram perguntando pelos livros da vitrine. Nenhum deles comprou, verdade seja dita, mas perguntaram.

No dia seguinte, mais dois cliente entraram e perguntaram. Mais um dia se passou e um cliente levou um do Botafogo. Depois, paulatinamente, saiu mais outro do Fogão, um do Corinthians, um do meu tricolor do coração e mais recentemente o do Palmeiras, filho único, inclusive.

Quero continuar fazendo vitrines temáticas. A próxima, se tudo der certo, vai ser com livros de Clarice Lispector. Depois, biografias. Depois, infanto-juvenis. Depois, uma seleção refinada de literatura brasileira e, em seguida, de literatura estrangeira. E assim por diante.

***

Dá gosto ver o cliente comprar o livro que você indicou. Hoje uma cliente foi comprar um livro para o sobrinho de 10 anos. Vocês podem não acreditar, mas minutos antes eu estava com “Você é um homem mau, Sr. Gum” em mãos, lendo, pois o movimento está ultra-fraco esses dias. É sempre bom ter uma noção de qualidade e temas de pelo menos alguns livros da seção infanto-juvenil (ficar só indicando Luis Fernando Verissimo e suas “Comédias para ler na escola” não dá, tem que ter repertório, por menor que ele seja). Então, como eu dizia, estava lendo “Você é um homem mau, Sr. Gum”, e estava gostando. Quando ela falou a idade do guri, não pestanejei: taquei o livro na mão dela, que deu uma folheada, leu um pouco e levou.

Legal, não?

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