Uma das coisas que mais me aborrecem em uma pessoa é o ar de superioridade que algumas têm ou o fato de algumas delas subestimarem pessoas que sequer conhecem.
Dias atrás estava eu atendendo a um cliente e uma pessoa que estava com ele perguntou qual a nossa carga de trabalho e tal. Respondi à pergunta na boa, não poderia ser diferente. Mas aí o rapaz começou a brincar com o amigo, perguntando se ele não deveria estar trabalhando àquela hora, um sábado à noite ou um domingo, não lembro, já que eu estava.
Ele disse, “eu estudei, ele não”. O “ele” sou eu, no caso. Por mais que, ali no momento, tenha parecido brincadeira, a frase demonstra um preconceito ridículo com quem trabalha em shopping. Além do fato de ele não saber que eu sou aluno de uma universidade pública. Posição, aliás, que é um diferencial hoje, mas que muitas vezes não representa muita coisa. Mas isso fica pra um outro post.
Eu, sinceramente, não me importo nem um pouco com o que os outros pensam ou deixam de pensar de mim. Mas é triste saber que alguns têm essa mente pequena, e pensam que só “coitadinhos” trabalham em shopping.
Trabalhei por mais de dois anos no shopping, e mês passado voltei a trabalhar lá, em outra empresa. A carga horária é pesada, os que trabalham no horário de fechamento – eu entre eles – saem tarde, aproveitam pouco os fins de semana e tudo o mais, mas há compensações – por menores que elas possam parecer para quem está de fora.
Eu trabalho no shopping por diversos motivos. Um deles é o shopping ficar perto de minha casa. Outro é o fato de eu estudar pela manhã, o que me impede de trabalhar no comércio ou em qualquer outro lugar em horário comercial. Sem contar que não quero lecionar. Nunca quis, nem quero. A não ser que seja em universidade. Aí a coisa muda de figura.
Mas o maior motivo, mesmo, é porque eu gosto. Gosto de atender clientes, resolver os problemas que aparecem, aprovar o cartão de uma pessoa que há tempos tenta ter um. A satisfação de ver um sincero “obrigado” de um cliente, por mais que atendê-lo bem seja minha obrigação, é reconfortante demais.
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