Como desconstruir uma pesquisa eleitoral

Ontem o instituto GPP divulgou uma pesquisa sobre as intenções de voto para José Serra e Dilma Rousseff. Segundo o GPP, a vantagem da candidata petista é de apenas 5,5% em relação ao candidato tucano. A pesquisa foi encomendada pelo candidato a vice-presidente pela chapa do PSDB, Indio da Costa.

O que não é nada de mais. Qualquer um com dinheiro para pagar – e esta pesquisa custou caro: 160 mil reais – pode encomendar o que quiser, desde caminhões de algodão doce a carretas recheadas de diabos-da-Tazmânia. Só não se pode, no caso das pesquisas, deixar de verificar alguns detalhes.

Por exemplo: nesta pesquisa do GPP, foram ouvidas 4.047 pessoas. Mas, destas 4.047, 2.351 são da região Sudeste. Sabe-se que, no Sudeste, Serra tem vantagem sobre Dilma, ainda mais se o eleitorado for de classes mais abastadas.

Já no Nordeste, onde Dilma tem ampla vantagem sobre Serra, foram ouvidos apenas 813 eleitores.

É interessante ver, também, que não fica muito claro se a pesquisa foi realizada “corpo a corpo”, ou seja, ao vivo, a cores, em carne e osso, ou se através de telefonemas. Não que uma seja mais confiável que outra, mas é um detalhe que não ficou lá muito claro na metodologia da pesquisa.

No fim das contas, pesquisas são sempre passíveis de desconfiança, até mesmo a divulgada ontem pelo Datafolha, na qual Dilma tem 12 pontos de vantagem sobre o candidato tucano. É bom ficar sempre com olhos, ouvidos e antenas bem atentos.

This entry was posted in Política. Bookmark the permalink. Post a comment or leave a trackback: Trackback URL.

4 Comments