As gentes que eu detesto

Odeio cliente comendo em minha frente. Odeio. Na verdade, detesto ver alguém comer – a não ser que eu esteja também comendo. E, ainda assim, se a pessoa mastigar direitinho. Fico nervoso vendo gente mastigar de boca aberta ou comer muito rápido. Pior ainda é homem ou mulher mastigando chiclete como se estivesse em um campeonato pra ver quem consegue mais abrir e rebolar o maxilar ao mastigar. É terrível. Mais terrível ainda é você ter alguém na sua frente fazendo sexo oral – pra não usar aqui o termo xulo – numa porcaria de uma casquinha do McDonald. Me dá nojo.

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Detesto também o cliente desmemoriado. Quer dizer, não detesto, só acho mesmo ridículo. Ele vem pra saber o que comprou. “Não faço a menor idéia do que estou pagando”, diz ele. Dá vontade de perguntar o que diabos ele enfia na cabeça, pra não saber o que foi que comprou com o cartão no último mês. Nem eu, que ando com 300 milhões de coisas na cabeça e uma memória péssima, sou assim. Se esqueço, vou direto no local onde guardo as notas fiscais das compras que faço e confiro. Tem gente que é acomodada demais.

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Aliás, detesto gente acomodada demais. O cara não recebe o primeiro boleto em casa, e tudo bem. Não recebe o segundo, e pra ele tudo certo. Não recebe o terceiro, e continua na maré mansa. Quando já se passaram nove meses sem receber fatura alguma do cartão, ele vem, todo nervosinho, querer saber por que não está chegando a fatura. Porra, não recebeu, liga logo, caramba. Parece que tem gente que deixa essas coisas acontecerem só pra depois irem descarregar nos outros os problemas que eles vão acumulando.

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