A prosa comovente de Benedetti

Acabo de ler o belíssimo romance “A Trégua”, de Mario Benedetti. É prosa da melhor qualidade – serena e comovente. Muito longe de ser um crítico literário, falo aqui como simples leitor.

Fui fisgado pelo veterano Benedetti num passeio despretensioso, meses atrás, por uma dessas livrarias modernas de São Paulo. Por acaso, topei com “Correio do Tempo”, um livro de contos e textos curtos.

Folheei, o texto pareceu-me simpático e fluído – e era disso que eu precisava naqueles dias. Mas confesso que o que me fez comprar mesmo o livro foram duas outras coisas: a nacionalidade (uruguaia) e a foto do veterano escritor – com um ar bonachão e um nariz “bolotudo”, ele lembra velhos imigrantes italianos que andam pela Móoca ou Brás, tipos tão familiares para quem vive em São Paulo.

O cara escreve com categoria: sem floreios, sem arroubos. A sabedoria para compor histórias emocionantes, a partir de fatos simplórios, é algo que me atrai. E me atraiu em Benedetti. Os textos de “Correio do Tempo” me lembraram as boas crônicas de Rubem Braga: a simplicidade, o gosto pelos tipos aparentemente sem brilho, tipos que constituem a maior parte de nossa sofrida humanidade.

Comentei sobre Benedetti com um conhecido. E ele me disse: se gostou dos contos de “Correio do Tempo”, experimente um romance do sujeito.

Fui atrás.

“A Trégua” foi o primeiro romance de sucesso de Benedetti, lançado em 1960. Na minha absoluta ignorância literária, não conhecia – nem de nome – a obra.

“ATrégua” é uma beleza mesmo.

Trecho deste post de Rodrigo Vianna que eu já havia indicado, e que recomendo novamente a leitura, a quem ainda não leu.

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