2011 foi um ano estranho

Tenho o costume de fazer uma espécie de balanço de cada ano que passa, ainda que nem sempre transforme o resultado disso em texto. Salvo engano, 2010 não mereceu sequer um post, talvez por ter sido um ano de raras boas notícias, mas repleto – como quase sempre – de más. Talvez também por ter sido ano de eleições, e por eu ter passado por desgastes tremendos devido a isso.

Em 2011 tive boas e más notícias, como todos nós. Mas foi um ano que ficará marcado para sempre como aquele em que foi publicado meu primeiro livro. A saber, “O escritor premiado e outros contos”, que saiu pela editora Multifoco. (Foi o ano, também, em que meu querido notebook passou a apresentar um problema na placa de vídeo. Mas nada que umas porradas – de leve – não resolvam. Ao menos por enquanto.)

As alegrias, na verdade, foram poucas. 2011 foi um ano de muito trabalho – mas muito, mesmo -, tanto que este blog foi deixado um pouco de lado – e cheguei a pensar duas ou três vezes em desistir dele, mas não poderia desistir de algo que lutei tanto para conseguir. Porém, a satisfação de ver o retorno, ainda que tímido, desse trabalho é enorme, e compensa todo o esforço.

Foi um ano em que vi minhas famílias materna e paterna se mobilizarem para apoiar um escritor. Alguns foram ao lançamento, outros não puderam ir mas de longe mandaram energias positivas e fizeram questão de não apenas comprar 1 exemplar, mas vários, para dar de presente. O mesmo digo de meus amigos, e a todos eles agradeço de coração.

Falando em más notícias, como a que deu origem ao post anterior, 2011 me tirou dois avós. Um por parte de pai e outra por parte de mãe. Duas péssimas notícias em um intervalo curto de tempo, e que tiveram impactos diferentes sobre mim. A distância e a surpresa fizeram com que eu sentisse mais a tristeza da perda de meu avô, e a proximidade, porque ela morava conosco, fez com que eu ficasse revoltado com o que a vida estava destinando à minha avó. Tanta gente ruim nesse mundo vivendo bem, e minha avó, que nunca fez mal a ninguém, sofrer tanto assim?

Se eu pudesse escolher, preferiria não ter a alegria do livro publicado a ter a tristeza dessas duas perdas. Mas, se não me engano, como diz Eduardo Marciano, protagonista de “O encontro marcado”, romance de Fernando Sabino, não escolhemos, somos escolhidos. Isso vai de encontro ao livre-arbítrio, mas estudar a Filosofia Medieval – e, mais especificamente, Santo Agostinho – está ajudando a esclarecer algumas coisas, apesar de escurecer outras.

É como se pudéssemos escolher, apesar de mesmo fazendo escolhas, tudo já ter sido escolhido previamente. É um tanto complicado e contraditório, mas não é assim a vida?

O que não podemos é deixar de seguir adiante, tentando alcançar nossos objetivos, semeando nossa ideias – quando boas, por favor. Ok, isso pode parecer conversa de autoajuda, mas se não tentarmos nos autoajudar, quem o fará por nós?

Um belíssimo 2012 para todos, com muita saúde – tanto pro corpo quanto para intelecto; leiam, meus caros, leiam! – e bom senso, que aliás anda faltando demais neste mundo.

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